sexta-feira, 27 de agosto de 2010

como sempre... você!


Ontem, minhas incertezas se tornaram maiores que as certezas, a loucura quis me dominar, meus medos e insegurança vieram à tona. As borboletas fizeram festa na minha barriga, os nós invadiram minha garganta. Meus olhos procuraram os seus, meu coração também, mas não encontraram. Não sei se essa seria a solução, ou a continuação de um problema, mas procurei, procurei sim, com a mesma fraqueza e intensidade de sempre. Mas alguma coisa sempre me diz que não é o suficiente. Na realidade não sei bem o significado dessa palavra s-u-f-i-c-i-e-n-t-e. Eu não costumo me satisfazer, me contentar, sempre to querendo algo mais, de mim, das pessoas, do mundo, e de você é claro. E quando não tenho me escondo numa espécie de casulo que criei, onde eu jogo com as palavras, me prendo em pensamentos e não solto coisas que eu mais gosto dentre elas você.

Eu deveria estar aqui falando de mim, unicamente, mas acontece que eu não consigo, acontece que eu travo, explodo, choro, grito, mas não adianta, você permanece aqui, e em tudo que fala e escrevo existe vestígios seus. Acho que agora é a hora de ti dar os parabéns, e a mim... Meus pêsames.


Amanda Vieira

quarta-feira, 25 de agosto de 2010


''Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada.''

''É difícil perder-se. É tão difícil que provavelmente arrumarei depressa um modo de me achar, mesmo que achar-me seja de novo a mentira de que vivo.''

''É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo.''

Clarice Lispector

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

This is me


Sorte minha ter um coração meio esquecido pras coisas ruins, ele não costuma guardaro que o aflige, que o aperta, e o que o deixa difícil bater. Acho que de tantas coisas ruins que eu já absorvi sem falar nada, ele simplesmente se cansou e resolveu não lembrar mais.
Considerando todos os meus defeitos, acho que posso dizer que isso é uma qualidade, e digo. Apesar de ter uma grande cabeça dura, um desassossego guardado no bolso, e acredite não tenho medo nem precaução de usá-lo. Sou muito mesmo sendo tão pouco, sou tantas mesmo sendo uma. Não sou o que esperam de mim quase nunca, sempre causo uma segunda impressão, às vezes pro melhor outras vezes pra pior, prefiro pensar que na maioria das vezes seja pra melhor. Não gosto de abreviações, de palavras, de histórias e nem de romances, muito menos desses, gosto que tudo seja muito bem explicado, muito bem descrito, tintim por tintim, se possível com as melhores palavras possíveis. Não gosto de palavras repetidas, e nem que me expliquem duas vezes a mesma coisa pra que eu acredite melhor na minha capacidade de compreender.
E mais ainda, sinceramente, acho que todas as minhas manias e defeitos são uma forma não muito lucrativa de me ajustar no mundo, de provar para mim mesma que as pessoas podem ser melhores, que o mundo pode ser melhor, porque eu detesto admitir que isso é muito difícil.
Finalmente sou o tipo de garota, que busca seus finais felizes, que quer independência, e ordem no ''seu mundo’’.

Amanda Vieira

Corto assuntos chatos, sem pudor algum, mudo de assunto sem perceber, perco o foco e atenção por pouco, um minuto um barulho e desconcentro. Não me envergonho disso, já acostumei sou assim, algum motivo há de ter, nenhum que eu possa citar agora.

Adoro escrever sobre mim, falar sobre coisas que eu penso ser verdade, coisas que eu luto pra mudar e pra conviver, não que eu seja egocêntrica, não mesmo, estou longe, acredite, só acho que admitir certas coisas aqui, torna tudo realmente mais fácil, torna tudo mais interessante, como uma espécie de jogo. Gosto que as pessoas queiram me desvendar gosto que elas tentem fazer isso. Fujo do óbvio como o diabo da cruz. Alimento paixões mesmo sem qualquer interesse nelas. Faço coisas sem querer e acabo me julgando culpada, envergonhada.

Sou obsessiva em muitas coisas, é acho que sou. Tenho crises existências, quase sempre. Tenho uma imensa necessidade de respirar ares diferentes de tempo em tempo, pra ser bem sincera, em curto prazo.

Não vejo graça em ser a mesma pessoa todo dia, minhas mutações são consequências disso. Sou diferente por dentro e comum por fora, poucos sabem disso, poucos se interessam em saber. Não sei mais se isso me importa mais.


Amanda Vieira.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Remember


A louça de sempre quebrou, o CD favorito arranhou e não toca mais, o vestido de festa rasgou, o papel de carta amassou e de você não se sabe mais.Acho que faço parte das mesmas lembranças que todas essas coisas fazem.


Cansei de esconder o óbvio, você não está mais aqui, nós não estamos, isso dói, mas tem que ser dito.


Mesmo com todas as palavras que escrevo, você ficaria surpreso em saber que meus olhos dizem muito mais ao seu respeito, você entenderia isso se me olhasse outra vez.


Você já me venceu tantas vezes, então me deixa ti vencer agora? Só mais dessa vez...

Esqueça tudo que passou, porque eu esqueci.


Não quero ter que permanecer ali, só nas lembranças. Não sou como uma louça, um CD, um vestido muito menos um papel, sou de carne osso e de coração, que por sinal, ti quer aqui.



De novo.


"E então, ela costurou as suas asas quebradas, respirou fundo, fechou os olhos e se jogou... Ela estava numa altura absurda, mas não recuou em nenhum momento — ela já tinha adiado isso fazia tempo — e nem teve medo do que encontraria pela frente em seu caminho, um caminho sem promessas, dali em diante, mas com suavidade espalhada por todos os cantos. Ela só queria viver uma realidade tão bela quanto os seus mais doces sonhos. Não, ela não era nenhuma boba alienada, muito menos hipócrita, tinha os pés no chão, a cabeça dela é que voava muito... Era uma sonhadora!"

(Pérola Anjos)